Texto | Monique Evelle
Não é de se espantar, mas de acordo com a consultoria App Annie, o Brasil é terceiro colocado no ranking de países que passam mais tempo nas redes sociais, uma média de 3 horas e 45 minutos. E segundo o estudo “Estado do Mundo Móvel 2020”, da mesma consultoria, o Whatsapp foi o aplicativo mais baixado em 2019 no Brasil, seguido de Facebook, Facebook Messeger, Instagram, Uber e Netflix.
Diante desse cenário e considerando este momento de pandemia e isolamento social, é importante destacarmos que com o número excessivo de lives, eventos, palestras, cursos online, a gente passou a ter muito mais FOMO (Fear of missing out) que é o medo de perder algo. Medo de perder de perder ou não fazer parte daquilo que outras pessoas estão fazendo. Isso faz com que a gente queira fazer tudo ao mesmo tempo, sair postando loucamente nas redes sociais, participar de vários eventos e assim por diante. Além disso, essa conectividade e o aumento a ultrapolarização, aumentou os “cancelamentos” de pessoas e marcas, fazendo emergir outro sentimento como FOPO (Fear of Posting Online) que é o medo de postar. Com essa era do cancelamento, muita gente tem medo de postar qualquer coisa nas redes sociais. Por um lado, as pessoas pensam mais antes de postar. Por outro, não posta pelo medo do cancelamento.
Vale pontuar que quanto mais conectados estamos, mais informações consumimos, mais problemas de saúde emocional e mental podemos ter. O termos para o excesso de informação e interação online é Infoxicação. Termo criado pelo espanhol, especialista em inovação, Alfons Cornella, em 1996. Ou seja, tem tempo! A gente começa a ficar disperso, não consegue focar em nada, o estresse aumenta e ficamos super cansados e cansadas.
Por isso, muitas pessoas, principalmente criadores de conteúdos tem aderido ao que chamam de Slow Contenet, ou seja, desacelerar na produção de conteúdo. O medo de perder o engajamento nas redes sociais, faz com que muitos influenciadores produzam conteúdos em série, prejudicando sua saúde mental e emocional.
Enxergando esse cenário, eu tenho feito alguns exercícios para garantir meu bem-estar e detox digital.
1. Notificações de aplicativos
Tirei todas as notificações dos aplicativos que mais utilizo. Assim não gera ansiedade para ter que olhar na mesma hora. Eu uso muito o Linkedin e E-mail e tirar notificações das principais redes de trabalho faz com que eu confirme todos os dias que minha vida não é só trabalho.
2. Agendamento de publicação
A melhor coisa é agendar os posts. Toda quarta eu paro, penso nas publicações da semana seguinte e deixo agendado. Assim não preciso me preocupar em ficar postando naquele dia, naquela hora.
3. Limites de uso de aplicativos
Coloquei limites de uso de aplicativos. Só posso utilizar 1 hora por dia cada aplicativo. Se eu chegar nesse limite, o celular avisa que cheguei no limite e eu não aceito ultrapassar o tempo que estipulei. Além disso, tenho meta mensal de diminuir o uso de celular. Então quando chegar o relatório de uso do aparelho, preciso ter sempre diminuído o uso.
4. Carregar o celular longe de mim
Costumo colocar o celular para carregar longe de mim. Assim não fico querendo olhar toda hora, mesmo sabendo que não receberei notificações.
5. Telegram ao invés do WhatsApp
Eu nunca gostei do WhatsApp. Muitas mensagens me dão agonia. Desde que o Telegram foi criado eu utilizo o Telegram. Então minha família e amigos utilizam o Telegram pra falar comigo. Ou seja, apenas quem realmente importa.
Vale dizer que fiz a conta WhatsApp Business, assim consigo colocar mensagem automática quando não quero que me perturbem.
6. E-mail ao invés do WhatsApp
Se o assunto é de trabalho sempre peço pra enviar e-mail ao invés de continuar a conversa pelo WhatsApp.
