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Empreendedorismo

Miopia: o que os investidores não conseguem enxergar?

Diante desse cenário, os investidores perdem a possibilidade de investir em empresas que funcionam, faturam e geram lucro. Nem tudo precisa ou tem que ser exponencial e escalável. Pode ser prospero e sustentável.

Texto | Monique Evelle

Talvez você já tenha ouvido falar do Vale do Silício, na Califórnia. É considerado um dos lugares mais inovadores do mundo, onde surgiram as grandes empresas de tecnologias, ou seja, as famosas empresas unicórnios que são aquelas avaliadas em 1 bilhão de dólares. Mas tem um tempinho que as coisas não vão tão bem por lá.

Foto: Ricardo Esquivel – Banco de Imagem Pexels

O balanço que o Vale do Silício precisava para mudar a mentalidade de crescer a todo custo, veio com WeWork, uma empresa imobiliária comercial americana que fornece espaços de trabalho compartilhados flexíveis para startups de tecnologia e serviços para outras empresas. A WeWork não gera lucro, assim como o Uber e Lyft. Sem contar que a Uber teve tem prejuízo de 8,5 bilhões de dólares em 2019 e prometeu lucros em 2020.

Só esses pequenos exemplos mostram que as empresa unicórnios são promessas que nunca serão cumpridas.

A ideia de desmaterialização das atividades, fez com que acreditássemos que a conta fecha automaticamente se criarmos qualquer plataforma de streaming ou de compartilhamento de serviços e produtos. A partir disso, as avaliações do quanto pode valer essa empresa se tornaram distorcidas.

Em 2020, o que presenciamos foi demissões em massa das empresas unicórnios, a exemplo da Gympass. Sabemos que a crise afetou diretamente as empresas, mas o que quero dizer que tivemos pequenos negócios, sobretudo aqueles liderados por mulheres e negros, que nunca tiveram investimento para iniciar ou dar continuidade aos seus negócios, mas que tiveram que segurar as pontas para não impactar negativamente seu entorno.

Esses mesmos negócios liderados por mulheres e negros,  são os que não conseguem créditos em bancos e muito menos estão no radar dos investidores de capital de risco. Mas são eles que representam 30% do Produto Interno Bruto do Brasil.

Diante desse cenário, os investidores perdem a possibilidade de investir em empresas que funcionam, faturam e geram lucro.

Nem tudo precisa ou tem que ser exponencial e escalável. Pode ser prospero e sustentável.

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Precisamos de novas narrativas, experiências e atuações para não continuarmos tornando o território do empreendedorismo apenas um conto de fadas. Quer dizer, um conto de unicórnios, a maior falácia do século XXI.

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